Como diminuir alimentos ultraprocessados na dieta infantil

A alimentação saudável é peça chave para o desenvolvimento da criança ao longo da vida. Começar uma alimentação equilibrada desde cedo é uma forma de nutrir o corpo, a mente e o coração dos pequenos. Além de ajudar no crescimento e no desenvolvimento cognitivo, esse hábito ainda fortalece a imunidade, melhora a concentração e previne doenças como obesidade e anemia. Hoje e no futuro. Um grande obstáculo são os alimentos ultraprocessados, que se consumidos em excesso, podem causar diversos danos para a saúde dos pequenos. Segundo estudo feito por universidades no Brasil, o consumo de alimentos ultraprocessados é responsável por aproximadamente 57 mil mortes prematuras de pessoas entre 30 e 69 anos por ano no Brasil. 

O que são alimentos ultraprocessados?

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, os alimentos podem ser classificados em quatro grupos, conforme o grau de processamento a que são submetidos. Veja como diferenciar cada um:
  • Alimentos in natura

São aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais, como folhas, frutos, ovos e leite, sem qualquer alteração após deixarem a natureza. Exemplo: frutas frescas, legumes, verduras, ovos e leite cru.
  • Alimentos minimamente processados

São alimentos in natura que passaram por pequenas modificações físicas ou químicas antes de chegar ao consumidor, apenas para torná-los mais seguros ou práticos. Exemplos: grãos secos, polidos e empacotados; farinhas; raízes e tubérculos lavados; cortes de carne resfriados ou congelados; leite pasteurizado.
  • Alimentos processados

Nessa categoria entram os produtos fabricados com a adição de sal, açúcar ou outra substância culinária a alimentos in natura, ou minimamente processados. O objetivo é aumentar a durabilidade ou modificar o sabor. Exemplos: legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães tradicionais.
  • Alimentos ultraprocessados

São produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas industriais, com a adição de vários ingredientes — muitos de uso exclusivo da indústria, como corantes, aromatizantes e emulsificantes. Exemplos: refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e macarrão instantâneo.

Possíveis danos ao corpo

Apesar da praticidade, o consumo frequente de alimentos ultraprocessados está associado a diversos prejuízos à saúde. Estudos mostram que o consumo frequente desses produtos está ligado ao aumento de doenças como:
  • Obesidade • Diabetes • Doenças cardiovasculares • Depressão • Câncer • Problemas gastrointestinais e renais • E outras doenças crônicas • Além disso, substituem receitas caseiras e afetam hábitos alimentares saudáveis • E enfraquecem culturas alimentares tradicionais

Substituições ainda mais saborosas e nutritivas 

Mudar os hábitos alimentares dos pequenos nem sempre é fácil. Isso porque muitos alimentos ultraprocessados são feitos para serem irresistíveis ao paladar. Por isso, criar substituições que brinquem com a cor, textura e sabor dos ultraprocessados pode ser um sucesso. Por exemplo:  
  • Prefira biscoitos caseiros: em vez dos biscoitos recheados ou salgadinhos industrializados, aposte em versões feitas em casa, com ingredientes simples e mais nutritivos.
  • Troque o refrigerante por bebidas naturais: sucos de frutas naturais e chá mate gelado são opções refrescantes, saborosas e com muito menos açúcar.
  • Escolha o iogurte natural, não os iogurtes saborizados, que costumam ter adição de açúcar e corantes. O iogurte natural é mais puro e pode ser combinado com frutas ou mel.
  • Substitua os cereais matinais industrializados: granola caseira, aveia em flocos ou tapioca são alternativas ricas em fibras e livres de aditivos artificiais.
  • Varie o pão do café da manhã: tapioca, cuscuz ou pães caseiros são excelentes substituições ao pão de forma, que geralmente contém conservantes e aditivos desnecessários.

Confira dicas para criar esse costume com os pequenos

  Além das substituições, existem algumas dicas que podem ajudar você nesse processo de diminuir os alimentos processados e ultraprocessados. Confira:
  1. Faça sempre a leitura do rótulo

Identificar a lista de ingredientes é essencial. O primeiro ingrediente da lista é o que está presente em maior quantidade no alimento, e isso ajuda a entender o que realmente se está consumindo. Evite produtos em que açúcar, gordura ou sódio aparecem logo nos primeiros itens.
  1. Capriche nas cores do prato

Misture nas refeições ao longo do dia, frutas, legumes e verduras de diferentes cores para deixar a alimentação mais atrativa. Pratos coloridos despertam curiosidade e aumentam a variedade de nutrientes.
  1. Use formatos criativos

Corte os alimentos em formas divertidas como estrelas, corações ou animais, usando cortadores de biscoito e espetinho de frutas. Isso torna o momento mais lúdico e interessante.
  1. Inclua as crianças no preparo

Ao ajudarem na cozinha, elas se sentem mais motivadas a experimentar aquilo que prepararam com as próprias mãos.
  1. Dê autonomia para montar os próprios pratos

Deixe que criem seus lanches, montem sanduíches, pizzas com ingredientes saudáveis ou bowls de frutas. Isso incentiva escolhas equilibradas com mais prazer.
  1. Proponha desafios saudáveis

Uma ideia é o “desafio do arco-íris”: comer um alimento de cada cor ao longo do dia ou da semana. Uma forma leve e educativa de variar o cardápio.
  1. Faça trocas inteligentes

Substitua snacks ultraprocessados por chips caseiros de batata-doce ou maçã desidratada. Frutas com iogurte natural ou chocolate amargo também são ótimas opções.
  1. Aposte em receitas práticas e saudáveis

Smoothies, panquecas de banana ou sorvetes naturais de frutas são nutritivos e agradam ao paladar.
  1. Conte a história dos alimentos

Explique de onde vêm, como são cultivados e por que são importantes para o crescimento e a saúde. A informação também educa o paladar.
  1. Planeje o cardápio junto com as crianças

Decidam juntos quais frutas, legumes e verduras farão parte da semana. Leve-as para participar das compras e incentive o contato com alimentos frescos. Dê preferência a hortifrúti e feiras locais, onde há maior variedade e menor exposição a ultraprocessados.
  1. Utilize alimentos processados com propósito

Você também pode optar por opções práticas e simples, com poucos ingredientes e de fácil preparo, que ajudam nas refeições do dia a dia: frutas já picadas, alimentos higienizados e prontos para o consumo, milho e ervilha em conserva e molhos naturais, como a passata de tomate. Gostou das dicas? Visite a loja mais próxima ou faça suas compras pelo app (Android ou iOS) e aproveite para comprar tudo o que você precisa e levar uma alimentação mais saudável para seus filhos.